sexta-feira, 24 de abril de 2009

Tambicus vorazes atacam nossas artificiais









Estivemos recentemente num pesqueiro aqui próximo de Porto Alegre, em Glorinha, e o nosso alvo principal eram as esportivas traíras, que sempre se mostram vorazes quando visitamos aquela fazenda. O dia estava agradável, céu nublado,temperatura na faixa dos 25° a 27º graus centígrados, e água apresentando uma pequena agitação. À primeira vista, as condições do tempo nos pareciam propícias para a pesca das pré-históricas.

Lançamos nossas iscas na água na expectativa de fisgar os primeiros troféus do dia. Começamos com as de superfície, em especial aquelas que protagonizam o trabalho de zara. Nada de peixe... Tentamos então as barulhentas "poppers", afinal, nunca se sabe o que se passa na cabeça de uma dentuça. Mais alguns arremessos, mas nem “cheiro” de ação.

De repente, o professor Leonel lança na água um artefato já consagrado naquele pesqueiro: o spinner bait da Booyah de cor verde limão claro.

A história da nossa pescaria começa a mudar drasticamente...

- Eurivan... a isquinha aquela tá fazendo sucesso de novo – gritou o professor lá na ponta do açude.

Não pensei duas vezes. Enfiei a mão na caixa e peguei a “poderosa” do momento... O mesmo fez o meu amigo Gediel, que naquele dia estava estreando no pesqueiro em que nos encontrávamos.

Foi só alegria...

Quando arremessado entre a vegetação e os seus corredores, o spinner bait provocava grandes pancadas na superfície da água. E mesmo não pegando grandes exemplares, a isca do dia estava nos propiciando belíssimas brigas com as dentuças.

Só que a grande surpresa na nossa pescaria ainda estaria por vir, e não eram as nossas amigas pré-históricas.

O que realmente nos emocionou foi a presença ativa dos tambicus – também conhecidos por branquinhas. Por algum motivo, e que não sabemos explicar, estas espécimes estavam naquele dia simplesmente “elétricas”, disputando palmo a palmo com as traíras as nuvens de mosquitos que se aglomeravam junto à vegetação. Era cada salto bonito...

E o mais interessante é que as brancas também estavam fissuradas nos nossos spinner baits verdinhos - tinha que ser dessa cor, senão, nada feito.

Afinal, o que teria de tão especial esta isca para atrair tanto traíras quanto tambicus. "Seria a vibração desta na água, somada a sua cor?" - fiquei refletindo enquanto pescava. Curioso, decidi fazer alguns testes. Inicialmente usei um spinner bait de outra marca, mas da mesma cor para ver se obtinha o mesmo resultado. Nada feito, nenhuma ação. Usei então da mesma marca e peso, porém de tonalidades diferentes - branca, amarela, vermelha e roxo. Sem sucesso. Chego então a seguinte conclusão: é a COR.

Experiências à parte, o fato é que foi um dia de pesca fantástico, com muitas ações e fisgadas espetaculares. Nada como sentir a tensão do bicho na linha...

As branquinhas, aliás, estavam fissuradas no professor Leonel, que acabou fisgando os exemplares maiores e mais bonitos.

E para encerrar o dia, fomos brindados com um belíssimo pôr-do-sol. Valeu!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Diretor da Arpia faz alerta sobre o mexilhão dourado - a praga já anda pelo RS


Acho que vale a pena reproduzirmos o texto elaborado pelo atual diretor de Marketing da ARPIA, Pedro Paulo Tomatis. Recentemente, ele publicou no site da entidade um artigo sob o título "Mexilhão dourado...o que eu tenho a ver com isto?", no qual faz um alerta sobre esta praga que começa a se alastrar também aqui no Rio Grande do Sul. Formado em Química e com especialização em Engenharia Ambiental, Tomatis durante 36 anos dedicou-se ao controle da água que é distribuída em Porto Alegre. Logo, tem conhecimento de causa suficiente para falar sobre esse intruso chamado mexilhão dourado. O fato é que se não estivermos atentos a este problema,adotando algumas medidas preventivas, talvez essa praga possa mais adiante colocar em risco até o nosso hobby preferido, a pesca,além das consequências nefastas ao nosso meio ambiente.

"... Talvez a gente ainda tenha tempo de nunca ter nada com este molusco. Mas, desavisados, podemos ter muito a ver! Pois participei de um painel sobre qualidade de água onde um dos palestrantes relatou que o mexilhão dourado já foi encontrado no Rio dos Sinos acima da cidade de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Este rio vem da serra gaúcha e em Caxias do Sul, mais acima ainda, já foi registrada sua ocorrência. Para quem não me conhece informo que sou químico com especialização em Engenharia Ambiental e durante 36 anos de minha vida produzi e controlei a água distribuída em Porto Alegre. Logo, vivi o problema que vou relatar.

Este molusco é oriundo da Ásia e veio de carona nos lastros dos navios que aportaram no porto de Rio Grande, na foz da lagoa dos Patos e alguns no porto de Porto Alegre, às margens do Guaíba (que dizem que não é rio e sim lago, para mim será sempre rio!!). Este “bixo” chama-se limnoperna fortunei, é um bivalve que se reproduz com uma velocidade incrível. Em 30 dias possuirá 0,5cm e já se reproduz. Sua forma jovem é de larva com habilidade de locomoção. Assim desde 1998 vem subindo e subindo. Pois está, ainda não infestando, na serra gaúcha. O mexilhão dourado entrou também pelo rio da Prata, atingiu a bacia do mesmo rio, chegou a Itaipu e está na bacia do Pantanal, isto vem ocorrendo a 11 anos.

Agora imagina que você tem um lago repleto de “queridos” basses. A água é limpa e você é muito feliz pescando seus bem cuidados peixes. Você repara alguns bivalves em sua água. Nem liga: - o que é que tem? Dali a vários meses seu lago tem mais moluscos que você imagina. Mais outros meses e todos peixes começam a morrer. Pois apesar do mexilhão dourado não competir com os peixes por comida ele filtra a água absorve o plâncton e espele de volta a água, só que agora está repleta de bactérias. Estas sim, matarão “os queridos”.

Você pode até pensar que basta secar o lago, mas deve pensar que sempre haverá poças de lodo no fundo e ali estarão as larvas esperando uma nova chance.

Mas onde nós, pescadores esportivos, entramos nesta história?
Pois imagine que você pescou em um lago próximo a local onde o molusco está chegando e colocou vários basses no viveiro para pesagem. Depois botou a água do viveiro fora, mas ficou alguma coisa ao redor de alguns mililitros. Daí você foi pescar no seu lago e ligou sua bomba de aeração ou botou e tirou mais água em seu viveiro. Pronto, neste caso você semeou larvas em seu maravilhoso lago. Agora seu lago estará contaminado e seus peixes condenados.

Parece o apocalipse? Sim parece. Precisamos ter em mente que podemos preservar nosso ambiente com alguns pequenos cuidados. Se você secar e lavar com água corrente seu barco e especialmente porões e viveiro, estará se livrando do invasor. Se você levar peixes de um lago para outro, leve só o peixe, escorra bem antes de soltá-lo. Não leve plantas para outro lago se suspeita da origem. Tenha em mente que você está vivendo em um meio não puro. Pense nisto, pois eu fiquei muito temeroso. Leia mais sobre o mexilhão dourado."

terça-feira, 14 de abril de 2009

A "hora do mosquito" também é do Bass no Pampa Rural...






Edevar Juliano Zorrer, um dos melhores praticantes do fly fishing aqui do Estado e responsável por um dos mais belos relatos aqui no Euripesca "A Aventura Inesquecível no Chile", está nos brindando com mais uma narrativa de suas pescarias aqui pelas bandas do Rio Grande do Sul. Uma de suas últimas incursões pescativas aconteceu na Fazenda Pampa Rural, um lugar repleto de pesqueiros de bass. E foi bem ali que ele descobriu a "hora do mosquito", momento especial para se fisgar uns bocudos na superfície... e de popper...Que loucura...

"Nada como um pouco de perseverança em acreditar que a hora do mosquito é a hora do peixe!

No sábado estivemos na Fazenda Pampa Rural, em Cambará do Sul, para incomodarmos alguns blacks. O dia ensolarado, e quase sem vento, prometia um dia legal.

Os blacks não pensavam o mesmo, passamos o dia inteiro batendo isca em vários lagos e pouquissima ação.Os unicos blacks que davam o ar da graça eram um pouco maiores que os alevinos.

Eu estava acreditando que no cair do sol os blacks ficariam mais ativos, e decidimos que nesta hora iríamos para o último lago da fazenda, pois eu já havia tido uma experiência bem legal naquele lago ao entardecer.

Não deu outra: A primeira grande surpresa veio lá pelas 17h quando o Dilvo, meu parceiro de pesca, retirou um troféu praticamente da margem, oferecendo a ele um popper no meio da vegetação. Foi um estouro sensacional, digno do tamanho do exemplar capturado!

Uns 45 minutos depois a festa começou de verdade, era um lançamento de popper e um bass de bom tamanho fisgado.

Naquele momento, a dita hora do mosquito, havia uma eclosão enorme de insetos e os alevinos faziam a festa na superfície lisa do lago. Percebemos que os blacks "gordos" não estavam interessados nos mosquitos, mas sim, nos alevinos que se banqueteavam destes. Pois eventualmente alguns estouros maiores ocorriam no meio do lago.

Dirigimos o lançamento dos poppers para o meio do lago, e trabalhamos eles procurando imitar o comportamento dos alevinos. Não deu outra: os "gordos" batiam nos poppers com muita violência. Saia um black gordo a cada arremesso. Quando o Black errava o bote, era só largar a isca no mesmo lugar e capturá-lo. Era fantástico!

Na próxima vez vou dormir um pouco mais de manhã e só sair pra pescar à tarde para aproveitar bem a hora do mosquito."

Edevar Zorrer

terça-feira, 7 de abril de 2009

Um bass mais manhoso na 1ª etapa desembarcada da ARPIA














A 1ª etapa desembarcada da ARPIA, realizada no último domingo (05/04) no Lago da associação, na Serra, reservou algumas surpresas para quem lá esteve participando da competição. A mais significativa foi o comportamento da nossa estrela principal, o bass, bem mais manhoso e, ao que parece, já mostrando os efeitos da mudança de estação.

Pelo menos isso ficou evidente no segundo "round" da prova, quando aconteceu a mudança do local de pesca. Os adeptos aos artefatos hard, bem, esses sofreram para acertar a mão nesta etapa da competição. Os buzz baits, que tanto sucesso costumam fazer em toda aquela sujeira, praticamente não surtiram efeito. Estratégias "finesse"? Sim, quem as dominasse um pouco, certamente aplacaria a enfadonha "argola", pesadelo para muitos...

Por isso, minhocas na montagem whaky, no sink e texas, pelo que se pôde perceber, deram resultado nesta fase da prova. Até algumas criaturas chamaram a atenção dos nossos bocudos.

Mas o engraçado é que o império das softs predominou somente na última etapa da prova, porque na primeira, os blacks pareciam bem mais ativos, atacando spinners,plugs, spinner baits e também um pouco as softs. Qual foi a isca mais eficiente? Eis a questão... O palpite que eu vou dar foi de quem pescou no lado campeão da prova: os spiner baits, de preferência aqueles puxando para a cor verde. Não que esta isca tenha sido produtiva durante toda a competição, mas ela garantiu a captura de um maior número de peixes na primeiro período do certame.

Que o diga Nestor Visioli, 1º colocado da competição. Ele estava uns 15 metros de onde eu me encontrava. Parecia tranquilo enquanto pescava, como se soubesse que aquele seria o seu dia. A cada arremesso com o seu spinner bait, um troféu esverdeado aparecia na ponta da sua linha. E não eram peixes pequenos não, tinham uma boa média em termos de centimetragem. E eu ali, observando tudo enquanto suava pra ferrar um bocudo. E depois de muita transpiração, consegui fechar os cinco da quota. Pensei então naquele instante: "Bem, lá no outro lado do açude vou pegar muitos bocudos, só na buzz bait...", sonha Eurivan... É mas esta expectativa, por certo, muitos também a acalentaram no seu íntimo.

Versatilidade faz a diferença
É, não tem jeito. Nunca seremos pescadores completos enquanto não dominarmos todas as técnicas de se fisgar o bass. E em competições essa versatilidade pode nos deixar bem próximos de uma boa colocação.Dow shot, texas e todas as suas variações, whaky... tudo isso deve fazer parte do nosso repertório de táticas para ferrar o bocudo.

Agora é só esperar a próxima prova, que tudo indica, será no Pesqueiro do Caco, em Gravataí. No ano passado, em virtude do tempo, a peleia por lá foi inglória: só quatro peixes capturados.Mas este resultado, por certo, foi uma exceção à regra, pois sabe-se que naquele lago tem muita dentuça. Aguardemos.

Veja a classificação do 1º ao 10º lugar
1º Nestor Vizioli - 172mm - 6 peixes
2º Julio Zemor - 160mm - 6 peixes
3º Andre Von Esenvein - 158mm - 6 peixes
4º Maurício Bueno Valério - 157mm - 8 peixes
5º Sergio R G Dornelles - 154,50mm - 6 peixes
6º Germano Plesnik - 152mm - 6 peixes
7º Diego Zimmermann - 134mm - 5 peixes
8º Tiago Demarchi - 132,50mm - 5 peixes
9º Eurivam de Melo Barbosa - 127,50mm - 6 peixes
10ºRoger Denicol 122,50mm - 4 peixes

Maior Peixe
Nestor Vizioli - peixe de 44,5cm